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quarta-feira, 1 de maio de 2013

O que é disgrafia?


DISGRAFIA:

















A disgrafia pode ser caracterizada como um tipo de dificuldade de aprendizagem relacionada à linguagem, caracterizada por alterações na pressão da letra e falta de harmonia nos movimentos dissociados, bem como signos gráficos indiferenciados.

Entre as causas da disgrafia, acredita-se que estão os distúrbios da psicomotricidade em geral, e da percepto-motricidade em particular. No entanto, a disgrafia, assim como outros distúrbios de aprendizagem, não é considerada uma doença. Trata-se, de uma dificuldade que pode ser contornada com acompanhamento adequado, direcionado às condições de cada caso. Em muitos casos, a disgrafia também está associada à uma dislexia.





Como a escrita disgráfica pode ser observada através de manifestações como traços pouco precisos e incontrolados ou traços demasiado fortes que vinquem o papel, muitas vezes ela é confundida com a “má caligrafia” ou “letra feia”. Dessa forma, entende-se que a disgrafia seria a continuidade de uma fase pré-caligráfica, quando a letra tem dimensões irregulares, tremores, angulações, inclinações e arranjo espacial desordenado.

A disgrafia, por estes fatores, é também chamada de letra feia. Isso acontece devido a uma incapacidade de recordar a grafia da letra. Ao tentar recordar este grafismo escreve muito lentamente o que acaba unindo inadequadamente as letras, tornando a letra ilegível.

Algumas crianças com disgrafia possuem também uma disortografia amontoando letras para esconder os erros ortográficos. Mas não são todos disgráficos que possuem disortografia

A disgrafia, porém, não está associada a nenhum tipo de comprometimento intelectual.





Características:





- - Lentidão na escrita.

- - Letra ilegível.

- - Escrita desorganizada.

- - Traços irregulares: ou muito fortes que chegam a marcar o papel ou muito leves.

- - Desorganização geral na folha por não possuir orientação espacial.

- - Desorganização do texto, pois não observam a margem parando muito antes ou ultrapassando. Quando este último acontece, tende a amontoar letras na borda da folha.

- - Desorganização das letras: letras retocadas, hastes mal feitas, atrofiadas, omissão de letras, palavras, números, formas distorcidas, movimentos contrários à escrita (um S ao invés do 5 por exemplo).

- - Desorganização das formas: tamanho muito pequeno ou muito grande, escrita alongada ou comprida.

- - O espaço que dá entre as linhas, palavras e letras são irregulares.

- - Liga as letras de forma inadequada e com espaçamento irregular.





O disgráfico não apresenta características isoladas, mas um conjunto de algumas destas citadas acima.





Tipos:





Podemos encontrar dois tipos de disgrafia:

- Disgrafia motora (discaligrafia): a criança consegue falar e ler, mas encontra dificuldades na coordenação motora fina para escrever as letras, palavras e números, ou seja, vê a figura gráfica, mas não consegue fazer os movimentos para escrever

- Disgrafia perceptiva: não consegue fazer relação entre o sistema simbólico e as grafias que representam os sons, as palavras e frases. Possui as características da dislexia sendo que esta está associada à leitura e a disgrafia está associada à escrita.





Alguns estudiosos consideram outros dois tipos de disgrafia:

a motora e a pura. A motora atinge a maioria dos disgráficos e é a dificuldade em escrever palavras e números corretamente. Já a disgrafia pura é um pouco mais difícil de ser diagnosticada. pois atinge a criança depois de algum trauma emocional onde a criança tenta chamar a atenção para algum problema através da letra.















Tratamento e orientações:





O tratamento requer uma estimulação lingüística global e um atendimento individualizado complementar à escola.

Os pais e professores devem evitar repreender a criança.

Reforçar o aluno de forma positiva sempre que conseguir realizar uma conquista.

Na avaliação escolar dar mais ênfase à expressão oral.

Evitar o uso de canetas vermelhas na correção dos cadernos e provas.

Conscientizar o aluno de seu problema e ajudá-lo de forma positiva.





Segundo Adelantado (2004) no tratamento da disgrafia tem de se ter em conta as seguintes considerações:



- Deve utilizar-se preferencialmente a letra cursiva com crianças disgráficas, uma vez que a letra script apresenta uma série de inconvenientes para eles, tais como dificuldade em detectar a separação das palavras, facilidade para as inversões, ritmo de escrita mais lento, necessidade de pensar em cada letra onde está o seu início, etc.).



- Deve-se ter em especial atenção na sustentação do utensílio de escrita. A utilização correcta do utensílio de escrita favorece uma boa letra e não deve ser desvalorizado o valor negativo das posturas erróneas.



- A reeducação, para além de ser terapêutica e eficaz, deve ser interessante e amena para a criança que, não se pode esquecer, sofre com as suas dificuldades na escrita. Para que a criança se sinta motivada e activa tem de se reforçar as suas pequenas evoluções e evitar a frustração e o reforço negativo. Só deste modo a reeducação terá êxito e evitar-se-ão a perda de interesse e os sentimentos de incapacidade que afectam a auto-estima da criança, tornando muito difícil a sua recuperação.







Posição correcta (primeira da esquerda) e incorrectas da mão

(Olsen, 2000 cit. por Adelantado, 2004)









Posições incorrectas: suporte múltiplo, crispada e de varrimento

(Portellano, 1985 cit. por Adelantado, 2004)







Análise de caso:





Caso 1 - Paciente no 3 ano com queixa de cansaço ao escrever:







Letra com traço forte e “feia”, desorganização espacial do espaço ocupado na folha e com escrita lenta.





Letra mais legível com traçado menos forte, melhor organização espacial e sem cansaço ao escrever. Depois do tratamento de 2 meses:





Citação bibliográfica:





MENEZES, Ebenezer Takuno de; SANTOS, Thais Helena dos."Disgrafia" (verbete). Dicionário Interativo da Educação Brasileira - EducaBrasil. São Paulo: Midiamix Editora, 2002, http://www.educabrasil.com.br/eb/dic/dicionario.asp?id=113, visitado em 16/7/2011.

Psicopedagogia Brasil, texto de Simaia Sampaio;

Centro de Fonoaudiologia RJ, Dra Luciana Reis.

Blog O movimento da escrita

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